Partindo de um desenho nascido no ATL da escola n°6 de Campo de Ourique em que os traços do lápis foram apagados pela borracha, notei que apagar sem deixar marcas era impossível. Passei, depois deste episódio, um ano a desenhar. O que fazia era seleccionar um momento do dia que tivesse tido lugar num espaço específico e desenhar os percursos que eu e outras pessoas tínhamos feito nesse lugar. Assim, para que nos pudéssemos movimentar no papel era necessário apagar-nos e redesenhar-nos noutra zona da folha. Notei que os percursos e os movimentos das pessoas no desenho podiam ser reconstruídos pelo rasto que era deixado ao apagar. Coloquei esta questão em cena, passando do suporte folha de papel ao suporte espaço.
Márcia Lança
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